O primeiro exemplar da raça rottweiler registrado pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) foi trazido da Alemanha em 1967, por Dimiter Petroff, e se chamava Astor von der Wesfallenstube – que não acasalou. Com o passar dos anos, se tornou uma raça conhecida e popular – o que para os criadores não foi muito bom, pois os rottweilers acabaram virando “moda” e logo apareceram grandes oportunistas (comerciantes) a fim de lucrar, apenas, sem se preocupar com a qualidade e a saúde dos seus animais, para o prejuízo da raça. Mas para o bem dos rottweilers, por conta do aumento da popularidade exagerada da raça e problemas que posteriormente poderiam surgir, um grupo de criadores criou um clube para a criação no estado de São Paulo, intitulado de Associação Paulista do Rottweiler (APRO), que chegava com muita força, grandes propósitos e critérios para a melhoria na criação da raça.
Atualmente, a Associação exige aos afiliados não somente o controle de displasia nos cães colocados em acasalamentos, mas também a seleção de temperamento, garantindo, assim, a pureza da ninhada.
Comportamento/temperamento
De acordo com o padrão da raça, descrito no site da APRO, o comportamento/temperamento de um Rottweiler deve ser: amigável e pacífico, muito apegado, adora crianças, fácil de se conduzir e ávido por trabalho. Sua estampa revela primitivismo, é autoconfiante, com coragem e nervos firmes. Sempre atento a tudo que o cerca, reage com grande presteza. Considere como desqualificação caso o comportamento de um exemplar seja: medroso, tímido, covarde, com medo de tiro, excessivamente desconfiado ou nervoso.
Considere o temperamento um dos quesitos de maior importância na criação, pois o rottweiler é um cão de trabalho e tem um temperamento muito firme e forte. É necessário que seu dono tenha pulso firme para que o cachorro o veja como um líder, pois também é muito obediente, tranquilo e equilibrado.
Seleção de temperamento para criação
A avaliação do temperamento de um exemplar é extremamente difícil e deve ser feita apenas por pessoas experientes, que se preocupam com a pureza da raça. A seleção é um trabalho minucioso que é feito pelos criadores para a escolha de seus acasalamentos, pois o temperamento é originado da herança genética, fortemente influenciado pelo ambiente e impossível de ser analisado por alguém que não possui conhecimento para tal.
A forma mais aconselhável de se selecionar cães de trabalho é a utilização de testes (onde são analisadas as aptidões do animal) e provas baseadas em avaliações técnicas (analisa-se o temperamento já com as aptidões definidas).
Testes e provas
Os testes usados para avaliar as aptidões do cão são: Teste de Volhard e Teste de Campbell.
- Volhard: É um teste utilizado para avaliar o temperamento do filhote e garantir a melhor escolha por parte do novo dono ou do criador que quer indicar o melhor cachorro para cada tipo de dono. É aplicado no filhote aos 49 dias de vida, pois é quando ele está neurologicamente completo e com cérebro adulto e num lugar desconhecido pelo animal. O cão deve estar com boa saúde e ativo. O teste não deve ser aplicado depois de o animal ter se alimentado ou tomado vacina. Durante a aplicação o filhote não deve ser intimidado. É um teste simples que avalia 10 itens básicos de comportamento canino.
- Campbell: Este teste serve para determinar a tendência geral inata do caráter de um cachorro. O Teste de Campbell propõe-se analisar o comportamento dos cachorros em vários aspectos. É amplamente utilizado, inclusive, por entidades de adestramento de cães-guia de cegos e cães de terapia. Além de ajudar os novos proprietários, este teste pode ser útil para os criadores que queiram selecionar o exemplar mais adequado para cada cliente e para adestradores que desejam sentir as potencialidades dos cachorros com vista ao adestramento e finalidades do mesmo.
Já as provas de trabalho (Schutzhund) são ótimas ferramentas de seleção, pois diversas características do temperamento ficam evidentes e facilmente avaliadas. Porém, as provas de trabalho no Brasil não são muito frequentadas por criadores (não por falta de interesse, mas sim por falta de meios para colocar um cão trabalhar – pela falta de bons profissionais na área). Por isso, os testes de temperamento são tão importantes. “No caso da APRO, o teste evoluiu muito. Além de testar o equilíbrio durante os exercícios que simulam situações cotidianas, atualmente há uma parte do Teste de Índole em que o cão é submetido à pressão e tem impulsos e mordida avaliados de forma atenta e criteriosa”, comenta Eliane Magaldi, proprietária do Canil Von Würde. E conclui: “Vale lembrar que os testes de temperamento, infelizmente, não são obrigatórios para reprodução (…). Por isso, criadores que seguem as regras de criação de seus clubes e submetem os cães a testes de temperamento devem ser ainda mais valorizados”.
*Créditos: Eliane Magaldi (Canil Von Würde)
Luciana Camargo
Equipe Rottweilers Brasil
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